Vou começar com fatos só pra vocês já entenderem a grandiosidade da coisa:
O relatório de mercado de 2014 da GCA-Greeting Card Association, reforça o quanto a indústria de cartão de felicitação ("greeting card") é enorme e bem sucedida. Com £1.29 bilhões de libras gastos em cartões individuais no último ano - mais do que o chá e café juntos. Mais cartões são comprados por pessoa no Reino Unido do que em qualquer outro país no mundo, o equivalente a 31 por pessoa.
Agora deu pra perceber?!
O relatório de mercado de 2014 da GCA-Greeting Card Association, reforça o quanto a indústria de cartão de felicitação ("greeting card") é enorme e bem sucedida. Com £1.29 bilhões de libras gastos em cartões individuais no último ano - mais do que o chá e café juntos. Mais cartões são comprados por pessoa no Reino Unido do que em qualquer outro país no mundo, o equivalente a 31 por pessoa.
Agora deu pra perceber?!
Logo nos primeiros dias que chegamos a Inglaterra, passeando pelo centro de Londres, vi uma loja da Hallmark" (maior produtora de "greetings cards" dos Estados Unidos). Me chamou muita a atenção por que minha irmã e eu colecionávamos papel de carta e adesivos dessa marca quando crianças. Os da "Hallmark" eram importados, lindos, e os que mais "valiam" na troca com a vizinhança. Estou falando de 30 anos atrás. Aquele saudosismo e "mini flashback" tomou conta de mim e entrei na loja por pura curiosidade.
Depois dessa loja me deparei com uma "Clintons" depois com a "Card Factory", (duas grandes redes de "greetings cards" e pequenos presentes em UK) e por final, corredores inteiros de supermercados, Poundland, postos de gasolina, websites ... você encontra em todo lugar e sobre todos os assuntos, uma loucura!
Mesmo com todas essas evidências, continuei sem entender o porque de tantas lojas especializadas, coisa tão antiga e tão "sem valor" no Brasil.
Minha vida social era praticamente inexistente e meu filho e eu parecíamos dois ermitões brasileiros, isolados do mundo e de todos (não por opção), então, como poderia eu entender?!
Quando ele começou a escolinha veio logo o Natal e tudo fez sentido. A casa ficou lotada de cartões dos amiguinhos, eles tinham até uma caixa individual para guardar os cartões antes de levá-los para casa no final do dia. Então aprendemos a primeira lição: ter sempre um estoque no armário de casa. Também faz parte da decoração natalina, principalmente pra quem tem lareira.
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Depois dessa loja me deparei com uma "Clintons" depois com a "Card Factory", (duas grandes redes de "greetings cards" e pequenos presentes em UK) e por final, corredores inteiros de supermercados, Poundland, postos de gasolina, websites ... você encontra em todo lugar e sobre todos os assuntos, uma loucura!
Mesmo com todas essas evidências, continuei sem entender o porque de tantas lojas especializadas, coisa tão antiga e tão "sem valor" no Brasil.
Minha vida social era praticamente inexistente e meu filho e eu parecíamos dois ermitões brasileiros, isolados do mundo e de todos (não por opção), então, como poderia eu entender?!
Quando ele começou a escolinha veio logo o Natal e tudo fez sentido. A casa ficou lotada de cartões dos amiguinhos, eles tinham até uma caixa individual para guardar os cartões antes de levá-los para casa no final do dia. Então aprendemos a primeira lição: ter sempre um estoque no armário de casa. Também faz parte da decoração natalina, principalmente pra quem tem lareira.
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ponto de reciclagem no supermercado após o Natal |
Se por acaso, você chegou recentemente a Londres e já tem um grupo de mães inglesas, preste atenção nas seguintes situações: a filha mais velha de uma delas esta prestando algum exame, alguém divorciando, foi batizado, crismado, mudou de casa, comprou uma casa, ficou doente, se curou, nasceu, morreu, ressuscitou... não pense duas vezes, dê um cartão!
Fiz algumas "entrevistas" sobre o assunto e os ingleses vêem isso com ótimos olhos, demonstra que você se importa, que pegou um minuto do seu tempo para dedicar especialmente para aquela pessoa.
No aniversário de 8 anos do meu filho me preocupei com tudo. Comprei os presentes que ele pediu, enfeitei a casa com bandeirinhas e bexigas, mesa do bolo toda decorada com o Ben10 - ficou ótimo! Quando ele voltou da escola, me perguntou: mãe, cadê meu cartão?
Embora eu ainda não me importe tanto com essa tradição, acho bem legal e educado. Em casa sempre compro em ocasiões especiais como dia dos pais, mães e CLARO, aniversários.
No Natal do ano passado, tinha uma mãe no playground da escola tirando da bolsa cartões assinados e entregando para quem passasse pela frente(fui uma das escolhidas). Não tinha nome no envelope e muito menos no cartão, somente a assinatura dela. Pensei: banalizou, esculhambou um gesto tão bonito dos ingleses (ela era inglesa). Depois disso, capitei o espírito da coisa.
Alguém se lembra da última vez que escreveu um cartão para uma pessoa querida ou só tem a lembrança de ter enviado uma mensagem por e-mail, Facebook, Instagram ou WhatsApp?
Alguém se lembra como é a forma/tamanho da sua letra manuscrita ou faz anos que não escreve sequer uma lista de supermercado?
Posso ser das "antigas", da época do creme rinse, do cafona, do "viajou na maionese", mas, acho mais bacana guardar cartões na gaveta e daqui alguns anos relê-los do que salvá-los nos arquivos online.
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estoque do meu armário |
No aniversário de 8 anos do meu filho me preocupei com tudo. Comprei os presentes que ele pediu, enfeitei a casa com bandeirinhas e bexigas, mesa do bolo toda decorada com o Ben10 - ficou ótimo! Quando ele voltou da escola, me perguntou: mãe, cadê meu cartão?
Embora eu ainda não me importe tanto com essa tradição, acho bem legal e educado. Em casa sempre compro em ocasiões especiais como dia dos pais, mães e CLARO, aniversários.
No Natal do ano passado, tinha uma mãe no playground da escola tirando da bolsa cartões assinados e entregando para quem passasse pela frente(fui uma das escolhidas). Não tinha nome no envelope e muito menos no cartão, somente a assinatura dela. Pensei: banalizou, esculhambou um gesto tão bonito dos ingleses (ela era inglesa). Depois disso, capitei o espírito da coisa.
Alguém se lembra da última vez que escreveu um cartão para uma pessoa querida ou só tem a lembrança de ter enviado uma mensagem por e-mail, Facebook, Instagram ou WhatsApp?
Alguém se lembra como é a forma/tamanho da sua letra manuscrita ou faz anos que não escreve sequer uma lista de supermercado?
Posso ser das "antigas", da época do creme rinse, do cafona, do "viajou na maionese", mas, acho mais bacana guardar cartões na gaveta e daqui alguns anos relê-los do que salvá-los nos arquivos online.
Acho que tradições não esquecidas pelo tempo ou pelo avanço da tecnologia deveriam ser aprendidas com os ingleses.
Beijooootro.
Beijooootro.