Esses dias estava pensando se gostaria de voltar a morar no Brasil. De repente, me peguei com uma lista de países que viriam na frente primeiro. Seria eu uma nômade? Seria eu uma viciada em viver novas culturas? Seria eu uma brasileira desnaturada?
Esta já é minha terceira vez morando fora. Comecei bem cedo e por isso foram experiências completamente diferentes. Vou contar um pouco sobre todas elas.
Primeira vez: Angoulême cidade ao Sudoeste da França
Profissão: "au pair"
Era bem jovem, sem destino e com a família vindo de uma falência. Uma amiga me ofereceu a oportunidade de trabalhar como "au pair" para a tia dela que tinha 4 crianças pequenas (3, 4, 6 e 7). Na época não pesquisei nada sobre o assunto, nem existia internet e como não tinha nada a perder, resolvi aceitar o trabalho. Nunca na vida tinha cuidado de criança e muito menos trabalhado.
Fui e fiquei 18 meses. Passei por muitas coisas boas e ruins, uma mudança de vida. Fui tratada como empregada doméstica, fazia minhas refeições sozinha e faxina pesada numa casa enorme, além de cuidar das quatro crianças.
Lembro da primeira faxina que fiz e achei que tinha ficado ótima. Quando a Dona X chegou em casa, me perguntou o que eu tinha feito a manhã inteira porque os móveis continuavam empoeirados. Fiquei ofendida e respondi: "não sabia que precisava tirar o pó!?"
Normalmente as "au pairs" são tratadas como membros da família e ajudam nas tarefas do lar. São contratadas para ajudar com as crianças, essa é sua principal responsabilidade. Claro, estava trabalhando para uma família de BRASILEIROS.Esta já é minha terceira vez morando fora. Comecei bem cedo e por isso foram experiências completamente diferentes. Vou contar um pouco sobre todas elas.
Primeira vez: Angoulême cidade ao Sudoeste da França
Profissão: "au pair"
Era bem jovem, sem destino e com a família vindo de uma falência. Uma amiga me ofereceu a oportunidade de trabalhar como "au pair" para a tia dela que tinha 4 crianças pequenas (3, 4, 6 e 7). Na época não pesquisei nada sobre o assunto, nem existia internet e como não tinha nada a perder, resolvi aceitar o trabalho. Nunca na vida tinha cuidado de criança e muito menos trabalhado.
Fui e fiquei 18 meses. Passei por muitas coisas boas e ruins, uma mudança de vida. Fui tratada como empregada doméstica, fazia minhas refeições sozinha e faxina pesada numa casa enorme, além de cuidar das quatro crianças.
Lembro da primeira faxina que fiz e achei que tinha ficado ótima. Quando a Dona X chegou em casa, me perguntou o que eu tinha feito a manhã inteira porque os móveis continuavam empoeirados. Fiquei ofendida e respondi: "não sabia que precisava tirar o pó!?"
Aprendi algumas coisas durante esses 18 meses:
- Um dia você é a patroa e no outro pode ser a empregada.
- Não coma muito "croissant e pain au raisin" porque você vai engordar. Ganhei 15kg. Lembro da minha avó falando: "Voltou tão linda, gorda e com a pele que parece um pêssego!".
- Humildade e respeito.
- É uma responsabilidade imensa cuidar dos filhos dos outros.
- Não coma muito "croissant e pain au raisin" porque você vai engordar. Ganhei 15kg. Lembro da minha avó falando: "Voltou tão linda, gorda e com a pele que parece um pêssego!".
- Humildade e respeito.
- É uma responsabilidade imensa cuidar dos filhos dos outros.
Viajamos muito, essa foi a melhor parte do intercâmbio, embora trabalhasse bem mais nesse período.
Segunda vez: Londres, Inglaterra.
Profissão: estudante
Quando voltei da França, mesmo sabendo que a língua não era tão usada no Brasil, consegui alguns empregos temporários como bilíngue. Uma experiência no exterior te abre várias portas. Mas, depois de um tempo, percebi que precisava do inglês. Vendi meu carro, larguei o namorado de 5 anos e fui. Comprei um curso de 6 meses com estadia de 1 mês em casa de família.
Estudei e também trabalhei em pubs, restaurantes, festas. Conheci muita gente bacana. Morei em 4 casas (quartos) diferentes num período de 10 meses. No final guardei uma graninha e mochilei pela Europa.
Foi quando voltei desse intercâmbio que comecei a consolidar minha carreira profissional.
Terceira vez: voltei pra Londres com marido e 1 filho
Profissão: Dona de casa e mãe
Faz anos que meu marido trabalha numa multinacional. Quando surgiu a vaga em Londres ele se candidatou, passou e foi transferido.
Voamos de classe executiva, ficamos hospedados por 1 mês num apartamento de frente ao Tate Modern (Rio Tamisa) e faxineira 1x por semana. Pensei, que vidão!!! Durou pouco...
Profissão: Dona de casa e mãe
Faz anos que meu marido trabalha numa multinacional. Quando surgiu a vaga em Londres ele se candidatou, passou e foi transferido.
Voamos de classe executiva, ficamos hospedados por 1 mês num apartamento de frente ao Tate Modern (Rio Tamisa) e faxineira 1x por semana. Pensei, que vidão!!! Durou pouco...
Vista da sacada do apartamento no centro de Londres |
O meu filho era neném (1 ano) e pegou todos os vírus da estação. Não tinha me informado sobre sistema de saúde e moradia - muito amadora.
Sobrevivemos a todos os perrengues e ainda passamos por vários outros. Aprendemos coisas novas o tempo todo, uma constante adaptação. Este ano completam 8 anos que moramos aqui.
Lado negativo:
- O clima frio e chuvoso não me incomodavam nos primeiros anos. Hoje sinto falta do sol e do céu azul.
- A distância da família que dói no peito. Já perdemos várias comemorações no Brasil que nem conto mais. Datas importantes como: nascimento das minhas sobrinhas, casamentos, festa de 90 anos da minha avó... Isso não volta mais...
- Ver meus filhos crescendo longe dos primos, tios e avós.
- A rotina maçante de dona de casa. Tem gente que gosta e nasceu pra isso, eu não!
Lado positivo:
- A distância da família que dói no peito. Já perdemos várias comemorações no Brasil que nem conto mais. Datas importantes como: nascimento das minhas sobrinhas, casamentos, festa de 90 anos da minha avó... Isso não volta mais...
- Ver meus filhos crescendo longe dos primos, tios e avós.
- A rotina maçante de dona de casa. Tem gente que gosta e nasceu pra isso, eu não!
Lado positivo:
- Segurança - posso até morrer num ataque terrorista, mas me sinto infinitamente mais segura aqui.
- Respeito no trânsito.
- Respeito ao espaço do outro e filas.
- Parques, parques e mais parques.
Londres é simplesmente maravilhosa!
- Respeito no trânsito.
- Respeito ao espaço do outro e filas.
- Parques, parques e mais parques.
Londres é simplesmente maravilhosa!
Cheguei a uma conclusão: não importa se você vai morar no exterior como "au pair", estudante, dona de casa ou madame, será sempre uma experiência única e enriquecedora. Só tem um probleminha: é viciante.
Beijoooooutro.

Adorei o texto! E concordo com cada palavra...e viciante!
ResponderExcluirMe idenfiquei mto com a vida escrava de "Au Poor", sim poor mesmo.
rs rs